2015
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ii
reconstituição das 73 entradas
e um múltiplo de 7
- que espécie de nome se experimenta?
-Forcément un Chevalier Meuble
grafite s/papel
100x65cm
2015
grafite s/papel
65x50cm
2015
grafite s/papel
65x50cm
2015
grafite s/papel
65x50cm
2015
.
com raquel melgue
museu geológico
2016
2015
zaratan, lisboa
risografias – edição gráfica para projecto conjunto
com C. Sá + Eosin - Sessões na Carvoaria #8 - Concertos de Música intrépida
grafite s/papel
42x29cm
2015
grafite s/papel
42x29cm
2015
2014
Elevação. Suspensão. Afinação, com Armanda Duarte, Maria Teresa Silva, Mariana Ramos Eduardo Peterson e Thierry Simões, espaço Parkour, Lisboa
2014
Vídeo
com Armanda Duarte, Maria Teresa Silva, Mariana Ramos Eduardo Peterson e Thierry Simões, espaço Parkour, Lisboa








2013
doublet, Museu Geológico, Lisboa.
Desenhos em estado puro. São alótropos, desenhos de grafite. Na sua natureza mesma são desenhos hexagonais. Séries divergentes e séries dentro de séries. Cada uma existe porque existem umas nas outras.
Num primeiro movimento revertem-se . ponto Não pode deixar de ser assim. Depois duplicam-se, reduplicam-se, espelham-se, divergem desdobrados até ao infinito. E, criam diferenças fora de série. Não há semelhança entre eles, não se pode dizer que algum dia existiu um original e uma cópia. Um desenho assim é um real desigual, unidade da sua própria medida. Não terá nunca o seu par, mas tem o seu díspar. São invenções de forças e depois de formas, linhas de coisas diferentes, manchas de diferenças, diferenças a diferenciar-se e a ressoar em todas as direcções. Desenhos descentrados e concentrados em si, unidos por um máximo de imperceptíveis díspares de cor plúmbea, aveludados, feitos mesmo da matéria das costas do veludo preto.
Primeiro amarelo de cádmio depois e finalmente branco. Podia até pensar-se numa semelhança do segundo relativamente ao primeiro, numa sucessão de um antes e de um depois. Mas não é realmente assim. Alotrópicos, dispõem-se diferentemente, diferem e tomam posições singulares. Não permanecem na parede, não se fixam. Deslocam-se em movimento perpétuo, fogem. Usam sombras, disfarçam-se, driblam a luz, esgueiram-se por qualquer poro. Imperceptíveis têm ritmo, forma e disposição. Na vizinhança das camadas geológicas, das pedras, dos cristais, dos palimpsestos fosseis, são desenhos difíceis de ver, fugidios, escapam-se.
E neles, camadas finas de cor, sobreposições ínfimas de luz, luminosidades viajantes, volumes, fragmentos de primícias, as primeiras chuvas, as primeiras nuvens, a primeira luz, eixos complexos, linhas do horizonte a convergirem no caos e a divergir para sempre. Turbilhões e turbulências, ar e luz, sombras. Micro-colisões violentas suspensas no papel, num espaço abstracto, e iluminadas de fora por uma luz longínqua.
Vê-se a textura do outro lado, que dobrou para este que mal se vê. Vórtices nunca vistos, irregulares, duplos, no amarelo, no castanho cinza a fugir para outra cor, no branco. Escoamentos livres com paredes próximas, deformações.
Formas elementares virão das forças vivas definidas naquelas regiões do espaço e num instante de tempo. Olhos de um rosto do mundo, no espaço cósmico. Círculos a entrar e a sair a desenhar movimentos, elipses invisíveis, partículas e fragmentos caóticos, matérias elementares. O mundo desenhado aparece inventado em séries mínimas, capturado em nuances, pressentido nos intervalos.
No branco, aclaram-se as forças, definem-se os elementos, as matérias sem nome. A energia concentra-se em toda a extensão do papel e a paisagem inscreve-se minuciosamente.
Somos literalmente apanhados por eles – turbilhões, traços finos, pigmentos, porosidades, ângulos, túneis, desenhos. Dissolvem-se as formas, mesmo eu que estou a olhar. Tudo se dissolve, as linhas quebram-se e descontinuam. Desenhos sem nome, sem número e sem ordem. Duplos desenhos que só dizem não dizendo nada e querem mesmo não dizer coisa alguma. Desenho sobre desenho, desenhos encarnados no papel.
São estes desenhos que precisam que me incline e respire fundo, depois penso tão claro como o fio de luz que se escoa pela linha vertical ou pelos quase hexágonos de grafite, branco ao longe num infinito aéreo e distinto. Vejo-os segunda vez, adapto o olhar, o corpo, deito-me e volto-me para ver melhor, levo-os agarrados aos gestos. É preciso o corpo todo para olhar.
Pensam-se demoradamente.
São desenhos da vida em estado puro.
Lisboa, 14 de Novembro de 2013
Ana Godinho
grafite s/papel
100x70cm
2013
grafite s/papel
67x51cm
2013




grafite s/papel
65x50cm
2013
a loiça dos mortos, Museu Geológico, Lisboa, 2012
6 desenhos, grafite s/papel, 2010 e 2011
O Interlocutor - __(disse)________________ les viscères des morts___________________.
O Mau ouvinte - La vaisselle des morts. (pausa longa)…………….............………………
A temperatura- o que determina a durabilidade da primeira e a pulverização dos últimos.
...
Carta ao Mau Ouvinte
Para usar uma metáfora que sei que aprecias, o Coelho Branco, que Alice persegue, é agora ‘A Loiça dos Mortos’
Na analogia que fazes com o teu processo criativo, o Coelho é meio essencial para ir à toca; desencadeador, pode surgir como uma palavra, frase, equívoco
ou um jogo — em qualquer caso, um equivalente ao enigma, como na estranheza de coelho pouco vulgar; causa que provoca e atrai, que mobiliza à disposição e
para o esforço do fazer. Este, dizes ser como uma lenta descida particular (i.e., única, porque estritamente ligada à sua causa motriz) que leva até ao subsolo —
trabalho de túneis e poços, que tratas também por labirinto.
Nenhum desenho representa, não aponta para outro lado, senão dentro (à mais funda superfície) de si próprio. Portanto, estes desenhos particulares,
exemplares de tal processo, são resíduos de escavação perseguindo essoutro desenho, que surgiu como ‘A Loiça dos Mortos’. E
Podem-se ver como
tendo a morte por coelho...
que se tira da cartola
A idade permite-me isto de, prazenteiramente, discordar por pouco da bela metáfora — salvando inteiramente o conceito da escavação e o ‘necessário’ da cenoura. É
que, o que é personagem roedora no Lewis Carroll, para mim o tenho, é a própria sombra banal daquele que se propõe a escavar fora da horta — não reflexo,
também não devaneio; projecção distorcida, sensível às flutuações da luz, o máximo justo à face da terra, tanto de nós como do mundo; o afundamento do fazer, a
toca até à efémera mina ou cisterna, corresponderia ao seu progressivo desaparecer, com o fim da exitância.
Mas sim, é enigma o que atrai, a cenoura — tal o coelho é a nossa sombra e a lura, labiríntica, sem fim à vista nem saber como há retorno, que se fabrica
pela soma de elementos (e rejeições), é também cova que se escava… a nossa cova / a cova em nós, de que se é completo autor e de que o autor é a própria terra.
Simbolicamente, se algum tino isto traz, a obra é a louça, ou os cacos que restam dela, feita da lama das paredes, sobras — heranças, nos grandes mortos — e
momentos de luto gozoso que é o da auto-escavação no processo de fazer-se; a decomposição viva (e a exsudação) é purga do que em si é ainda parasita. Uma vida
simples. Mais transparente.
A escavação não é uma fuga, não é escape nem esconderijo, não é passagem fabulosa para outro mundo, a outro nível de delírio ou para aventuras ainda ou mais
estranhas do que este. Mas, desde que começa, a lógica se inverte, todo tempo se distorce e mesmo o plano da realidade. Cava-se, e extrai-se solo, mas por adições,
associações novas, rearticulações... e cava-se para a liberdade, que não há no ar. A própria imagem do labirinto é-o mais do tempo do que no espaço; pela escolha a
fazer entre todo o tipo de elementos que na lenta queda surgem simultânea e profusamente, e que só se agregam como soma lúcida mediante afinidades, entre si e
com o enigma, de acordo com túneis e corredores — marcados pelo Coelho, ou trazidos pela cenoura. Labirinto da decisão constante que transformará um desenho
num desenho (como poderia ser em poema) e que assim age no mundo; labiríntica também a mutação duma metáfora em ferida real no seu autor — de que cicatriz
fica à superfície do papel. O ter purgado e exsudado de facto, no contacto duro com a terra das próprias vísceras, muda a pele das superfícies.
Curioso túnel o que veio a dar estes resultados. Cada desenho é uma batalha entre tensões elementares, reduzidas à sua dimensão quase invisível,
lugar/momento de registo de pequenos sismos discretos, vibrações, vestígios quase sígnicos que só por acumulação ou saturação deixam marca sobre a pele. E na
monocromática névoa dos detalhes, a leveza e a simplicidade operam, ao mesmo nível, uma milimétrica sintaxe dominante — como a medida de si próprios.
Às vezes uma metáfora é uma teoria ou um desenho. De todo modo, o efeito é independente das suas causas. Todas as causas devem servir a nossa
transformação — nem o efeito depende de ter figura.
Podes perguntar então, mas porquê a sombra? E eu respondo pelo enigma: é só isso que te persegue (e só ela desenha e designa exactamente onde escavar). a morte
é a tua sombra.
Ser coveiro dela... e como achar,
fazeres-lhe a louça .
quanto à temperatura escrevo quando estiver com a cabeça um pouco melhor
A Loiça dos Mortos . Manuel Rodrigues . 2012
grafite s/papel
100x70cm
2011
grafite s/papel
65x50cm
2011
grafite s/papel
79x64cm
2010
grafite s/papel
68x69cm
2010
2011
fogo pequeno, Colectivo de três, com Ana Eliseu e Andrea Brandão, Galeria Diferença, Lisboa.
2010
Caixa de Contar, com Armanda Duarte, Maria Teresa Silva, Mariana Ramos, Eduardo Peterson e Thierry Simões, Biblioteca dos
Afectos, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Rio de Janeiro.
Quarta-feira /Convocatória
com Armanda Duarte, Maria Teresa Silva, Mariana Ramos Eduardo Peterson e Thierry Simões
avenida 211 , Lisboa
Residência Artística Antecâmara/Pátio/Pátio, The steam shop
com Armanda Duarte, Ana Eliseu, Mariana Ramos, Liene Bosque, Thierry Simões
Lugar Comum, Centro de Experimentação Artística
Enunciado do projecto de Marta Caldas a desenvolver na
Residência Artística Antecâmara/Pátio/Pátio
preparação e partida
Foi o rei Pélias que os mandou partir. Ouvira um oráculo que o advertira contra um destino terrível: a morte por maquinação do homem que veria vir da cidade com um pé descalço. A profecia foi em breve confirmada. Jasão, que passava a vau o Anauro numa cheia de Inverno, perdeu uma das sandálias, que ficou presa no leito do rio, mas conseguiu soltar a outra do lodo, e pouco depois apareceu diante do rei .Viera para um banquete que Pélias oferecia em honra de seu pai, Posídon, e de todos os outros deuses, excepto Hera Pelasga, a quem não venerava. Assim que viu, o rei logo pensou no oráculo e resolveu enviá-lo numa perigosa aventura além-mar. Esperava que as coisas corressem de tal sorte, quer no mar quer em longínquas terras, que Jasão não voltasse a ver a sua pátria. A nau foi construída por Argo, sob a vigilância de Atena.
(...)
Tinham pouca água, mas não desejavam perder tempo, pois o vento persistia .Por isso transformaram a questão do abastecimento de água num jogo, desafiando-se uns aos outros para corridas até à nascente e de volta à nau, com a água.
Instalação para desenho e para recepção dos demais que ali trabalhavam:
Mesa, lâmpada, banco, água, bacia
Regista-se, em desenho, os movimento de passagem pela Antecâmara.
Colaboração na peça Decantar, de Thierry Simões, Galeria Quadrado Azul, Lisboa, 2010.
Projecto Desenhador público com Andrea Brandão, apresentado no espaço The Mews na Feira de Arte Contemporânea, Lisboa
! O DESENHADOR PÚBLICO !
Deverá enunciar o que pretende
ver desenhado e que, por um qualquer
motivo, não pode desenhar por mão
própria.
Remeter para o apartado xxxx o enunciado e
a morada para a qual deverá ser enviado o
desenho.
"Mercado de Futuros"
The Mews Project Space para a exposição na zona de projectos na feira de arte contemporânea de
Lisboa 24-28 Novembro 2010
“O desenhador público”
O “desenhador público” é um projecto de desenho. Apresenta-se à comunidade na forma de um anúncio publicado em jornal diário. Nesse anúncio “O desenhador público” propõem-se a executar o desenho, que um outro, se encontra impossibilitado de o fazer por mão própria. O desenho que o requerente pretende ver desenhado passa à forma escrita, passa à forma lida, para, por fim, tomar a forma de desenho sobre uma superfície.
O desenhador compromete-se a enviar o desenho num prazo máximo de um ano.
Os portes de envio serão pagos à cobrança. A encomenda do desenho é livre de
qualquer custo.
PÔR A PAR
av. da Liberdade, 211, 1ºesq., Lisboa
Ana Eliseu, Andrea Brandão, Claudia Realista, Liene Bosquê, Maria Vidal, Mariana Ramos,
Marta Caldas, Rui Aleixo, Sérgio Dias.
de 19 de Junho a 6 de Julho de 2008
confirmação da lição de francês
*Marcher trop vite
Se fatiguer
Si nous marchons trop vite nous nous fatiguerons
Si nous avions marché trop vite nous serions fatigués.
Faire attention
Ne pas avoir d'accidents
Si tu faisais attention tu n'aurais pas d'accidents.
Si tu avais fait attention tu n'aurais pas eu d'accidents.
percurso decapado em chão de madeira
*texto impresso em folha A4, colocado na parede com vidro
2008